MPF deve investigar suposto veto a enredos sobre negros e LGBTQIA+ no Carnaval de Canoas

  • 21/02/2025
(Foto: Reprodução)
Exigência teria sido imposta em reunião com o novo secretário de Cultura da cidade. Prefeitura afirma que "se colocou à disposição para apoiar a realização das festividades" e que "preza pela liberdade". Desfile de escola de samba durante o Carnaval de 2024 em Canoas Renan Caumo/PMC O Ministério Público Federal (MPF) deve apurar a denúncia de escolas de samba de Canoas, na Região Metropolitana, de suposta proibição da prefeitura a "enredos sobre temas de religiões de matriz africana, negros e comunidade LGBTQIA+". 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp A Associação das Escolas de Samba de Canoas (AESC) afirma que o secretário de Cultura da cidade, Pinheiro Neto, condicionou a liberação de um espaço para os desfiles de Carnaval na cidade caso não houvesse enredos com essas temáticas. De acordo com o MPF, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no RS encaminhou ofício ao Município de Canoas, à Associação das Escolas de Samba de Canoas e à Federação Nacional das Escolas de Samba pedindo mais informações sobre a reunião. A prefeitura de Canoas, por nota, afirma que "se colocou à disposição para apoiar a realização das festividades com a cedência do Parque Esportivo Eduardo Gomes" e que "preza pela liberdade, o que inclui a livre manifestação artística, cultural e religiosa no Carnaval". Relembre o caso De acordo com o vice-presidente da AESC, a determinação aconteceu durante uma reunião em 29 de janeiro, no gabinete da Secretário Municipal de Cultura e Turismo da cidade da Região Metropolitana de Porto Alegre, dias após a posse do prefeito eleito Airton Souza (PL). Segundo Daniel Scott, vice-presidente e diretor de Carnaval da AESC, a reunião em que houve a suposta exigência do secretário de Cultura aconteceu para tratar, inicialmente, sobre o financiamento dos desfiles. "Foi quando ele fez essa exigência, de que ia ficar muito difícil aceitar enredos que fossem relacionados a religiões afro, orixás, povo negro, movimento LGBTQIA+", afirma Scott. Ainda de acordo com Scott, a entidade seguiu buscando maneiras alternativas de financiar os desfiles após a reunião. Na última terça-feira (18), em entrevista a um portal de notícias local, o secretário de Cultura da cidade afirmou que Canoas não terá desfiles de Carnaval em 2025 na cidade. Scott diz que, depois da entrevista, voltou a entrar em contato com a prefeitura para solicitar que um espaço da cidade fosse cedido para a realização dos desfiles, mesmo que não houvesse financiamento da prefeitura. Uma reunião entre AESC e Secretaria de Cultura foi marcada para sexta-feira (21) para tratar sobre o assunto. Em nota, a Federação Nacional das Escolas de Samba tratou o caso como "preconceito e intolerância religiosa" e se colocou à disposição para "formalizar uma denúncia no Ministério Público".

FONTE: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2025/02/21/mpf-enredos-sobre-negros-e-lgbtqia-no-carnaval-de-canoas.ghtml


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