Justiça condena a 259 anos de prisão líder religioso pelo estupro de 7 meninas no RS; 'usava religião para justificar suas ações', diz juíza

  • 26/02/2025
(Foto: Reprodução)
Homem está preso. Uma das vítimas contou que não sabia dizer quantas vezes sofreu abusos. "A violência deixou de ser algo extraordinário, tornando-se parte da subjugação e do cotidiano impostos", disse a juíza. Fórum de Três de Maio Divulgação A Justiça do Rio Grande do Sul condenou à prisão um líder religioso de 59 anos pelo estupro de sete meninas nas cidades de Três de Maio e Independência, na Região Noroeste do estado. Duas eram enteadas e uma era neta do homem. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp A decisão foi tomada na segunda-feira (24). Conforme a Justiça, "o homem exercia uma posição de autoridade como líder em uma casa de religião afro-brasileira, tendo cometido os crimes mediante manipulação da confiança religiosa que possuía". A condenação é pelos crimes de estupro de vulnerável (menor de 14 anos); estupro qualificado (menor de 18 ou maior de 14 anos), e estupro (maior de 18 anos). A pena é de 259 anos e 6 meses de prisão em regime fechado. O homem está preso preventivamente. O nome dele não foi divulgado porque isso poderia expor as vítimas. Conforme a denúncia do Ministério Público (MP) à Justiça, os crimes foram cometidos entre 2009 e 2024. Nela, o MP detalha que o homem dizia para as vítimas que os abusos "faziam parte do processo de purificação", além de exigir segredo do que fazia sob ameaça e agressões. "O relato (da neta) evidencia a manipulação do acusado, que usava a religião para justificar suas ações, explorando a fé e a vulnerabilidade da vítima", afirmou a juíza Vanessa Teruya Bini Mendes, da 2ª Vara Judicial da Comarca de Três de Maio. A magistrada reconheceu que os estupros se repetiram "de forma silenciosa, recorrente e cruel". "Nesse cenário, muitas vítimas não conseguiram sequer quantificar quantas vezes foram abusadas ao longo dos anos. Uma das vítimas referiu que foram mais de mil abusos e a violência deixou de ser algo extraordinário, tornando-se parte da subjugação e do cotidiano impostos", afirmou. Provas Segundo a juíza, estão entre as provas que indicam que os crimes foram cometidos: boletim de ocorrência, termos de declarações e de informações das vítimas, além de testemunhos. "Importante registrar que a palavra da vítima em crimes sexuais é de extrema importância, como no caso concreto, especialmente devido à natureza clandestina desses delitos, que muitas vezes ocorrem sem a presença de testemunhas ou provas materiais diretas", disse. A magistrada diz ainda que apesar da ausência do laudo pericial devido ao desaparecimento dos vestígios físicos pelo tempo decorrido entre os atos delituosos e suas descobertas, há outros elementos concretos nos autos, como depoimentos e provas circunstanciais que comprovam a ocorrência dos delitos. VÍDEOS: Tudo sobre o RS

FONTE: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2025/02/26/justica-condena-a-259-anos-de-prisao-lider-religioso-pelo-estupro-de-7-meninas-no-rs-usava-religiao-para-justificar-suas-acoes-diz-juiza.ghtml


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